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06 . 10 . 2023

Primeira Indústria de Gaitas do Rio Grande do Sul

Nos 150 anos de Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, foi realizado o lançamento da publicação no Estado do seu livro “Os 150 anos de Imigração Italiana no Rio Grande do Sul”, publicado pelos autores, Ademir Antonio Bacca e Luis H. Rocha, na oportunidade também mapeou a trajetória dos empreendimentos familiares dos primeiros descentes colonizadores, em diversos segmentos.

A saga de Luiz Matheus Todeschini, que teve destaque na história do instrumento símbolo da cultura do Rio Grande do Sul: o Acordeão. Sua trajetória iniciou em 15 de setembro de 1906, na antiga Colônia Alfredo Chaves – atual município de Veranópolis.

Sua jornada teve início quando ele visitava a família de Túlio Veronese, profissional que consertava acordeões, sua curiosidade ao ver a máquina rudimentar que fazia botões de ossos de canela de bois para os instrumentos. A mudança começou quando se mudaram para Bento Gonçalves nos anos de 1920, com 13 anos de idade. Passou a trabalhar com o vizinho Luigi Somensi, que consertava joias e acordeões, ganhando mais conhecimento com o casal imigrante Cesari Apiani e Maria Savoia, fabricantes de acordeões e fundadores de uma pequena indústria de gaitas de botões no distrito de Santa Tereza.

Em 1925 ganhou a Primeira medalha de ouro pela criação da 1ª gaita apianada com teclas de madrepérola, tendo 37 teclas e 80 baixos, no cinquentenário da Imigração Italiana em Porto Alegre. No ano de 1932 registrou a firma com o nome de “Grande Fábrica de Instrumentos Musicais e Foles de Luiz M. Todeschini e Cia LTDA”. Em 28 de abril de 1939, começou a confeccionar as gaitas com o nome Todeschini e Cia LTDA. A venda do primeiro acordeão foi para Antônio Maso e o segundo para Antônio Romagna, sendo ambos da cidade de Bento Gonçalves.

No ano de 1960, atingiu o auge da empresa com mais de 500 pessoas produzindo uma média de mil e quinhentos acordeões mensais, mas no dia 13 de agosto de 1971 um incêndio destruiu mais da metade da fábrica e queimou quase todo o maquinário. Após a restauração da Fábrica continuou a fabricar acordeões, o fim de uma era de ouro para os instrumentos.

Autor: Luana Erlo