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21 . 03 . 2013

Em busca de bem-estar, grupo de saúde prioriza o convívio e as atividades manuais

 

O número de pessoas acometidas com transtornos de ordem psíquica tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. O diagnóstico e o tratamento precisam de profissionais qualificados e de acompanhamento. Esse é o trabalho realizado pelo grupo de saúde metal mantido pela Secretaria de Saúde, Habitação e Assistência Social de Almirante Tamandaré do Sul.

O grupo é composto por mulheres que tem ou já tiveram algum transtorno psicológico diagnosticado. São transtornos como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, entre outros. Segundo a psicóloga responsável pelo grupo, Silvana Mumbach Fragozo, a saúde mental ainda enfrenta preconceito. “Muitas pessoas ainda enxergam os transtornos mentais como doenças físicas como lesões no cérebro, demência ou como o popular “louco”. É preciso pensar na saúde mental tanto quanto na saúde física e buscar auxílio especializado”, explica a psicóloga. Para participar do grupo é preciso passar por algumas etapas como o encaminhamento para o atendimento psicológico e diagnóstico do transtorno que acomete a paciente, em uma avaliação individual. Nesse momento o trabalho das agentes de saúde é importante, pois são elas que conhecem as necessidades da população atendida e podem encaminhar para a avaliação psicológica. Em alguns casos o uso de medicação é necessário, em outros apenas as sessões com a psicóloga.

A psicóloga lembra que o atendimento em grupo é importante pra as pacientes porque proporciona o convívio com outros que apresentam problemas semelhantes. “Pessoas que são depressivas tendem a se isolar e os atendimentos em grupo oportunizam a interação entre as pacientes, possibilita que elas possam dividir o seu sofrimento e, ao mesmo tempo, pensar sobre si mesma. As pacientes acabam se unindo, criando uma confiança mutua e, por isso, criam um sigilo com os problemas de cada uma”, acrescenta Silvana.  É o caso da paciente Ronéia Fátima Chagas, moradora do distrito de Linha Vitória que participa do grupo de saúde mental há três anos. Ronéia sofre de depressão e encontra no grupo acolhimento. “Eu não sou daqui, sou do Rio de Janeiro, e aqui no grupo eu me sinto bem com a convivência com as outras mulheres e com o atendimento da psicóloga. Eu prefiro o atendimento em grupo porque é onde eu me sinto acolhida”, comenta a paciente. Silvana ainda acrescenta que as pacientes não recebem alta do grupo. “ Com a melhora é preciso deixar o grupo, pode ter alta da medicação em alguns casos, mas o atendimento continua como forma de prevenção e de evitar recaídas”, conclui a psicóloga.

As atividades do grupo acontecem todas as segundas-feiras em um ambiente privativo junto a secretaria e se dividem em dois momentos. No primeiro momento as pacientes participam de psicoterapia de grupo conduzida pela psicóloga. Nessa primeira parte do atendimento também há, em alguns momentos, a presença de uma enfermeira. No segundo momento acontece uma atividade manual, conduzida pela extensionista da Emater/Ascar, Terezinha Fusiger. Essas atividades manuais tem por objetivo estimular a criatividade das pacientes e deixá-las satisfeitas com as suas conquistas. A extensionista da Emater/Ascar  explica que a escolha das atividades a serem executadas passa pelas pacientes e precisa ser possível de ser executado por todas, ou seja, a atividade se adapta ao grupo.

No atendimento do dia 18 de março, as pacientes confeccionaram um enfeite de porta de Páscoa.  Terezinha explica que a escolha deste trabalho partiu da importância da data e de que esta não é muito trabalhada. “Para o Natal sempre são enfeitadas as casas, são colocados símbolos, para a Páscoa é mais difícil. Então tivemos a ideia de fazer uma guirlanda de Páscoa para que elas possam demonstrar que a sua família está em clima de Páscoa”, conta a extensionista. Os materiais usados nas oficinas de artesanato são fornecidos pela Secretaria de Saúde e os produtos confeccionados são doados para as mulheres do grupo.